domingo, 22 de agosto de 2010

Cientistas criam sensor de glicose sem fio


Uma equipe de pesquisa nos EUA conseguiu criar um sensor, que pode ser implantado debaixo da pele, capaz de monitorar constantemente os níveis de glicose no sangue. Por enquanto, o aparelho funcionou bem em porcos, durante um ano.



Testes com seres humanos já estão sendo planejados para começar em alguns meses. Se derem certo, o implante permitirá ao paciente administrar melhor a sua dieta ou a sua dosagem de remédios ou insulina. Por ser transmitido eletronicamente, como uma conexão de internet sem fio, o monitoramento pode também ser acompanhado à distância pelo médico.


"O teste em humanos está apenas no estágio de planejamento. O aparelho seria implantado em tecidos subcutâneos no abdômen, na lateral do corpo, logo acima da cintura, ou logo abaixo da clavícula, no alto do torso", diz o líder do estudo, David Gough, da Universidade da Califórnia em San Diego.


"Também é muito cedo para dar uma estimativa de quando custaria, mas nosso objetivo é torná-lo comparável a um ano de gastos com os medidores que furam a ponta dos dedos", acrescenta o pesquisador, cujo relato do experimento foi publicado na revista médica "Science Translational Medicine".


O sensor tem a forma de um botão com 3,8 cm de diâmetro e espessura de 1,5 cm. Foi implantado em dois porcos, um normal e um diabético, e funcionou enviando dados do açúcar no sangue continuamente por respectivamente 222 e 520 dias.


O dispositivo detecta a glicose "procurando" a enzima oxidase. Ela faz o oxigênio ser consumido na proporção da glicose presente. Os dados são enviados a um receptor do tamanho de um celular. Aliás, Gough e sua equipe pensar em mandar os dados para o celular do paciente.


Tanto portadores de diabete tipo 1 como de tipo 2 poderão usar um dispositivo desses. O tipo 1 é o que não produz insulina suficiente. O uso de um sensor contínuo controlaria melhor a dose de insulina, a qual, se tomada em excesso, causa hipoglicemia, uma situação perigosa que pode levar à morte.


O sensor também poderia estar conectado a bombas de insulina, e automaticamente ajustar sua administração ao paciente, já que o sensor daria a informação sobre o açúcar em tempo quase real.


Fonte: Folha de São Paulo.